A
população israelense rememorou nesta quinta-feira, dia 19, o Dia do
Holocausto – um dos mais solenes de seu calendário – com uma série de
atos em todas as instituições públicas e com o simbólico toque das
sirenes, que, por sua vez, paralisou todo o país às 4h da manhã (horário
de Brasília).
A potente sirene antiaérea, que pode ser
ouvida em todas as cidades do país, parou o trânsito em ruas e
cruzamentos, enquanto os motoristas saíam de seus automóveis para, junto
com os pedestres, prestar uma homenagem em sinal de respeito.
Apenas uma minoria árabe, que não se
identificam com a celebração, e parte da comunidade ultra-ortodoxa
judaica, que considera Israel um sacrilégio a suas estritas crenças
religiosas, não participaram desta velha tradição que acompanha os dois
dias de luto nacional do calendário israelense.
A outro dia de luto nacional, uma
homenagem aos soldados mortos e desaparecidos no campo de batalha, será
lembrado na próxima semana, na véspera do dia da independência.
Nesta quinta, o luto fazia uma homenagem
aos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a
Segunda Guerra Mundial, desde a aprovação das primeiras leis raciais de
Nuremberg em 1935 – que privaram os judeus alemães de todos seus
direitos civis, até a aplicação da Solução Final para o judaísmo europeu
nos campos de concentração.
Por conta desse genocídio, os aliados
deram sinal verde à criação do Estado judeu em 1948, dois eventos que
voltam à tona nos atos de celebração destas jornadas.
“O Dia do Holocausto em Israel tem duas
facetas, a primeira, de caráter nacional, é que temos um Estado para o
povo judeu, e a segunda é que o povo judeu não foi aniquilado como os
nazistas haviam planejado”, disse à agência Efe Elías Soae, um
ex-policial de origem argentina.
Comemorações
Como outras comemorações e festas do
calendário judeu, a jornada do Dia do Holocausto começou na noite de
ontem com um ato no Museu do Holocausto de Jerusalém, onde o
primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou que se o Estado de Israel
já tivesse existido até então, o genocídio não teria ocorrido.
“Nossos inimigos tentaram enterrar o
futuro judeu, mas acabamos renascendo na terra de nossos antepassados.
Aqui, construímos nossa base e um novo começo de liberdade e esperança”,
completou Netanyahu pouco depois que alguns sobreviventes acendessem
seis tochas de lembrança, uma para cada milhão de judeus assassinados.
Israel fixou esta jornada uma semana
antes do dia de sua independência para ressaltar o vínculo entre ambos
os capítulos de sua história. Porém, no ocidente, o Dia Internacional do
Holocausto é lembrado no dia 27 de janeiro, data da libertação do campo
de extermino de Auschwitz, na Polônia.
Netanyahu e outros líderes políticos,
judiciais, religiosos e militares, também participaram de outro ato
oficial na manhã desta quinta-feira, dia 19, e no mesmo Museu, que
mantém viva a lembrança das 6 milhões de vítimas e a identidade da
metade delas.
Na leitura de seus nomes hoje no Parlamento, o primeiro-ministro afirmou que “esta é uma forma de dar vida às almas perdidas”.
Irã
Em seu discurso, Netanyahu também
lembrou que a perseguição do povo judeu não desapareceu e que, na
atualidade, ainda pode ouvir “pedidos para exterminá-los”, mencionando o
Irã como “centro dessa ameaça existencial”.
Segundo Soae, o povo judeu “certamente”
vê no presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, um perigo para sua
existência. ”Não falo do povo iraniano. Falo especificamente de
Ahamdinejad. O fato do presidente do Irã ameaçar aniquilar o povo judeu e
negar o Holocausto é, certamente, interpretado como uma ameaça”,
afirmou o ex-oficial do exército.
Nos últimos meses, Israel advertiu que
não tolerará mais o fato de um Estado querer “apagá-los do mapa”, ainda
mais os que possuem capacidade militar para tentar legitimar esse fato.
Essa afirmação, além de supor um ataque israelense contra o programa
nuclear de Teerã, também pode aparecer como uma barreira para as
conversas entre o Grupo 5+1 e Irã, que foram retomadas no último sábado,
em Istambul.
Fonte: Folha
Confira parte dos horrores do Holocausto em video: http://www.youtube.com/watch?v=kAHXx0GrEvU
Confira parte dos horrores do Holocausto em video: http://www.youtube.com/watch?v=kAHXx0GrEvU
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