Fonte: Eduardo Martins | Ag. A TARDE
Os rodoviários decidiram terminar a greve da categoria, iniciada na última quarta-feira, dia 23, neste sábado, 26. O movimento, que durou quase quatro dias, foi encerrado após assembleia realizada pelos trabalhadores no Sindicato dos Eletricitários, durante esta manhã. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, determinou que os ônibus saissem às ruas imediatamente.
Segundo ficou decidido, a categoria resolveu aceitar a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) tomada em audiência na sexta, 25. Os desembargadores do TRT determinaram aumento de 7,5% dos salários, retorno do quinquênio e aumento do valor do ticket refeição, de R$10,77 para R$ 11,22.
Em nota oficial encaminhada à imprensa nesta manhã, Machado explicou que o percentual conquistado cobre a inflação e proporciona mais de 2% de ganho real. “É até o momento o maior reajuste já fechado pela categoria rodoviária no país este ano”, avaliou.
Para o diretor Hélio Ferreira, a volta do quinquênio que era uma das principais reivindicações dos rodoviários, foi um dos motivos para o retorno ao trabalho. “A cada cinco anos trabalhados na mesma empresa, o rodoviário terá de volta 5% a mais sobre o salário. Com isso uma parte da categoria terá até 17,5% de reajuste”, diz Ferreira. O desconto referente aos dias parados será parcelado.
De acordo com Jorge Castro, assessor de Relações Sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte (Setps), os ônibus já estão voltando a rodar e a situação deve estar normalizada até o final da tarde.
Questionado sobre a decisão do TRT, Castro pronunciou: "As empresas têm que acatar o que a justiça determinou".
O assessor disse ainda que não é o momento de discutir um eventual aumento da tarifa. Mas observou que as empresas solicitaram reajuste à prefeitura no final do ano, mas o pedido não foi acatado pela administração municipal.
O Setps avalia em R$ 4 milhões o impacto do reajuste salarial e de benefícios concedidos pela Justiça aos rodoviários. Somente com o pagamento do quinquênio, as empresas calculam um desembolso de pelo menos R$ 700 mil.
Greve - Cerca de 18 mil rodoviários entraram em greve desde a última quarta. A decisão aconteceu depois que patrões e empregados não conseguiram acordar as reivindicações da categoria.
Por determinação da Justiça, 60% da frota de ônibus deveria estar nas ruas desde a quinta-feira, 24, nos horários de pico, e 40% no período de menor movimento. No entanto, os rodoviários mantiveram a paralisação geral mantendo 100% da frota nas garagens, mesmo com a determinação judicial que estabeleceu multa diária em caso de descumprimento da medida. A multa era de R$ 50 mil para o Sindicato dos Rodoviários e R$ 25 mil ao Setps.
Os ônibus não circularam durante o período da greve e a população foi obrigada a recorrer aos veículos do transporte complementar e clandestino. De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), alguns taxistas se aproveitaram da situação, desligando o taxímetro e cobrando valores abusivos.
A greve dos rodoviários também refletiu no comércio da cidade. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), somente nos três dias da paralisação, os prejuízos para o comércio chegaram a R$ 12 milhões na capital. Com a queda no movimento, as lojas tiveram que fechar duas horas mais cedo.
Também por conta da greve, as aulas foram suspensas em algumas instituições de ensino municipal e privadas de Salvador e Região Metropolitana. Algumas redes de ensino particular mantiveram atividades normalmente mas tiveram que fazer ajustes de horário na grade escolar e cancelaram atividades avaliativas.
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