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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

DO ESTEREÓTIPO AO PRECONCEITO


Em tempos de exacerbação dos preconceitos, sobretudo com a disseminação de discursos e práticas racistas e preconceituosas contra árabes, negros e tudo que destoa das ideologias hegemônicas, uma bela e pertinente reflexão da lavra do Pr. Israel Belo de Azevedo, da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca-RJ sobre o tema, à luz de um fato jornalístico e criminal que surpreendeu pela natureza da violência. Vale a pena conferir!

Baraa Melhem (foto) passou toda a adolescência em banheiros e cômodos escuros, num vilarejo da Cisjordânia.

Nada fez para fugir, por causa do medo ("Medo, medo, medo -- essa era a base da minha vida"), construído pelas ameaças do seu algoz, que também a espancava.
Libertada pela polícia, passou a morar num quarto com cortinas rosas, a que chama de paraíso.
A nova moradia é a casa da sua mãe, separada do seu pai, o homem que a manteve em cárcere privado durante tanto tempo e sobre quem ela disse: -- Eu não odeio meu pai. Odeio o que ele me fez.
Baraa ainda precisará de muitos anos para se recompor, mas já recomeçou bem.
O mesmo talvez não se possa dizer dos que leram a notícia, que tinha uma informação: seu pai é um árabe.
A informação contém um convite a que pensemos que todos os árabes são iguais ao pai de Baraa.
No entanto, não pensamos que todos os austríacos sejam iguais a Josef Fritzi que, por 24 anos, encarcerou e engravidou sua filha Elizabeth.
Gostamos de pensar que não somos preconceituosos contra os árabes, até que uma notícia confirme o estereótipo que fazemos deles. (Ou dos negros ou dos coreanos ou de qualquer outro povo.)
Agiremos diferentemente se mantivermos o difícil ideal proposto por Jesus, de tratarmos o outro como queremos ser tratados.

Desejo-lhe um BOM DIA.

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