A greve dos professores de universidades federais completou um mês neste domingo (17/06). No total, pelo menos 54 instituições são afetadas pela paralisação, sendo 49 universidades federais e cinco institutos.
A principal reivindicação dos docentes é a revisão do plano de carreira. Em acordo firmado no ano passado, o governo prometeu um reajuste de 4%, a incorporação de parte das gratificações e a revisão do plano para 2013. Os dois primeiros pontos já foram atendidos, mas não houve avanço na revisão da carreira. Uma nova rodada de negociação está marcada para terça-feira (19).
A greve nacional é organizada pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Entidades ligadas ao Proifes-Federação (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) também começaram a paralisar as atividades.
Professores, servidores e estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) fizeram na terça-feira (12/06) um novo protesto nas ruas do centro de São Paulo. Professores de pelo menos 49 universidade federais estão em greve por todo o país, além de cinco institutos federais de ensino
MaisFernando Donasci/UOL
Em plebiscito realizado na última semana, os docentes da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em São Paulo, votaram a favor da greve, a partir do dia 15 de junho. Foram 283 votos a favor, 280 votos contra e 19 abstenções - os campi de Sorocaba e Araras tiveram mais votos favoráveis à greve, enquanto em São Carlos a maioria dos docentes votou conta a paralisação.
Segundo comunicado da ADUFSCar (Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Carlos), a posição deliberada é pela deflagração da greve, mas a entidade diz que, tendo em vista o histórico da votação, "será preciso que todos tenham tranquilidade para lidar com as contradições que porventura surjam, procurando sempre resolvê-las através do diálogo".
Saiba quais instituições aderiram à greve
Norte |
Ufac (Universidade Federal do Acre) |
UFRR (Universidade Federal de Roraima) |
Unir (Universidade Federal de Rondônia) |
UFPA (Universidade Federal do Pará), campi Central e Marabá |
Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia) |
Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) |
Ufam (Universidade Federal do Amazonas) |
Unifap (Universidade Federal do Amapá) |
UFT (Universidade Federal do Tocantins) |
Nordeste |
UFC (Universidade Federal do Ceará) |
Unilab (Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira) |
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) |
Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) |
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) |
UFPI (Universidade Federal do Piauí) |
Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) |
UFPB (Universidade Federal da Paraíba) |
UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), campi central, Patos e Cajazeiras |
IFPB (Instituto Federal da Paraíba) - campus João Pessoa |
UFMA (Universidade Federal do Maranhão) |
Ufal (Universidade Federal de Alagoas) |
UFS (Universidade Federal de Sergipe) |
IFPI (Instituto Federal do Piauí) |
UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) |
Centro-Oeste |
UnB (Universidade de Brasília) |
UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) |
UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), campi Central e Rondonópolis |
UFG (Universidade Federal de Goiás), campi Catalão, Jataí, Goiânia e Cidade de Goiás |
Sudeste |
UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) |
UFABC (Universidade Federal do ABC) |
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) |
UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) |
Unifal (Universidade Federal de Alfenas) |
IF Sudeste de Minas (Instituto Federal do Sudeste de Minas) |
UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) |
UFU (Universidade Federal de Uberlândia) |
UFV (Universidade Federal de Viçosa) |
Ufla (Universidade Federal de Lavras) |
Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) |
UFSJ (Universidade Federal de São João del Rei) |
UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) |
Cefet-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) |
UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) |
Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) |
UFF (Universidade Federal Fluminense) |
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Cefet-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro) |
Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) |
Sul |
Unipampa (Universidade Federal do Pampa) |
Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) |
UFPR (Universidade Federal do Paraná) |
UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) |
Furg (Universidade Federal do Rio Grande) |
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) |
- Fonte: Andes-SN e sindicatos
Servidores também entram em greve
Segundo a Fasubra, os 37 sindicatos ligados à entidade decidiram pela paralisação, que pode afetar todas as 59 universidades federais. Porém, a adesão ao movimento seria decidida hoje em assembleias locais.
Entre as reivindicações específicas da categoria estão o reajuste salarial, a racionalização dos cargos e a isonomia salarial e de benefícios entre os três poderes. Na pauta geral, a categoria pede o fim da terceirização, o investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em educação e a implantação da jornada de trabalho de 30h sem redução de salário.
(Com informações da Agência Brasil)
Segundo alguns, a greve dos professores das universidades federais completou um mês ontem sem nenhuma perspectiva para o fim do movimento. O Ministério do Planejamento prometeu apresentar na próxima terça-feira uma proposta para o plano de carreira dos docentes. Contudo, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) avalia que a greve não será encerrada, mesmo se a proposta for considerada boa.
“Esperamos que o governo pare de enrolar e apresente uma proposta concreta. Esperamos que haja algo objetivo para que, a partir daí, possamos iniciar um processo de negociação. O fim da greve sequer está na nossa pauta”, disse à Agência Brasil o primeiro-vice-presidente da Andes, Luiz Henrique Schuch.
Segundo ele, apesar dos transtornos causados pela greve, o movimento tem recebido apoio da sociedade. “Temos recebido uma resposta de acolhimento por parte da sociedade. Esse é um movimento vitorioso porque a sociedade não se engana mais com discursos vazios. A sociedade está percebendo que a pior crise do país é a da falta de políticas públicas para a educação”, argumentou Schuch.
Na última terça-feira, o governo federal chegou a pedir, sem sucesso, uma “trégua” de 20 dias aos professores federais para continuar as negociações. O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que o governo se comprometeria a apresentar ao fim desse prazo uma proposta para solucionar o impasse em torno da reestruturação da carreira, principal reivindicação dos professores.
Além de não concordar com a “trégua”, os grevistas criticaram a postura do governo. “Estamos, desde o segundo semestre de 2010, esperando propostas concretas do governo para podermos conversar com a categoria e isso não aconteceu. Não deu para acreditar que o governo chegou falando em “trégua”. Foi uma coisa fora da realidade.”
A greve já atinge 55 instituições federais de ensino em todo o país. Também em busca da reestruturação de carreira, os servidores vinculados ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) anunciaram greve geral a partir de hoje, entre docentes e técnicos. A paralisação deve atingir 40 mil servidores.
(Agência Brasil)
Leia Mais: http://www.ultimoinstante.com.br/setores-da-economia/setor-servicos/74099-Greve-dos-professores-federais-completa-sem-previso-trmino.html#ixzz1yB2Wd2Vj
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