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terça-feira, 14 de abril de 2015

MORRE EDUARDO GALEANO: Um escritor a serviço da América Latina

O escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de "As Veias Abertas da América Latina", uma referência da literatura comprometida com a esquerda e voz dos marginalizados da região, faleceu nesta segunda-feira (13/04) aos 74 anos, em Montevidéu.
Eduardo Galeano
Eduardo Germán María Hughes Galeano morreu vítima de um câncer de pulmão, informaram fontes do hospital no qual estava internado na capital do Uruguai. Sua morte foi lamentada, entre outros, pelos presidentes de Brasil, Bolívia e Equador, e pela guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Galeano passou vários dias internado no hospital Casmu de Montevidéu e faleceu na manhã desta segunda-feira. A editora do uruguaio na Espanha, Siglo XXI editores, confirmou a morte.
"Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu em 3 de setembro de 1940 e morreu na mesma cidade no dia 13 de abril de 2015", afirma uma nota da editora, que tem sede em Madri.  O tempo compreendido entre as duas datas foi preenchido com exílios, livros, nomes de amigos e de inimigos, numerosos prêmios, doutorados Honoris Causa, campanhas de descrédito, em suma, a habitual construção, a partir de um acúmulo de dados variados, do perfil com o qual enciclopédias e estudos de todo tipo guardarão sua figura para a posteridade", resume a editora.
Um escritor mundial
Galeano foi uma referência dos intelectuais de esquerda da América Latina na década de 1970, em grande parte por "As Veias Abertas da América Latina", um livro que foi traduzido para mais de 20 idiomas no qual relata a amargura do continente.
Em 2009, durante a Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, o então presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu de presente um exemplar ao contraparte americano, Barack Obama, que tinha acabado de assumir com a promessa de uma "mudança". Este episódio disparou as vendas do livro, embora há um ano atrás, o próprio Galeano disse que não leria de novo sua obra.  
Apesar disso, os principais líderes latino-americanos se identificaram com o pensamento expresso por Galeano no livro publicado há mais de 40 anos e não demoraram em reagir à sua morte. A presidente Dilma Rousseff escreveu em um comunicado: "hoje é um dia triste para nós, latino-americanos". A morte de Galeano "é uma grande perda para todos os que lutamos por uma América Latina mais inclusiva, justa e solidária". "O mundo perdeu um mestre", disse à imprensa o boliviano Evo Morales, elogiando "seus textos, orientados a evitar o saque da América Latina, em especial suas mensagens, orientadas para as novas gerações, a defender a soberania dos povos".
"Hoje morre um grande mestre da... Pátria Grande. (...) As veias da América Latina estão abertas por sua partida, querido Eduardo!”, escreveu no Twitter o presidente equatoriano, Rafael Correa.
De San Francisco (oeste dos EUA), onde vive, a escritora chilena Isabel Allende enalteceu seu "amigo" por "resgatar e preservar a história oculta da América Latina... a importância de sua obra monumental continua vigente".
Até mesmo a guerrilha colombiana das Farc também lamentou, em seu site na internet, a morte do escritor: "recebemos com uma enorme e sincera dor a notícia da morte de Eduardo Galeano, revolucionário, escritor e intelectual de porte nossamericano (sic) e universal".
Pouco depois, o Exército de Libertação Nacional (ELN), outro grupo insurgente da Colômbia, se somou à "dor de milhões de 'nossamericanos' (sic)".
As últimas críticas
Mesmo com o avanço da idade e da doença, não deixou de escrever, mas sobretudo, não deixou de expressar aquilo que considerava um dever: a crítica social. Em uma de suas últimas e mais celebradas aparições públicas, Galeano reivindicou o "direito ao delírio" e enviou uma mensagem de desejo à humanidade. Ele deixa um legado de dezenas de obras que abordam temas variados, que vão da política à história, passando pelo futebol.
"Que tal se delirarmos por um tempinho (...) para adivinhar outro mundo possível. O ar estaria limpo de todo veneno que não vem dos medos humanos e das paixões humanas, as pessoas não serão manejadas pelo automóvel, nem programadas pelo computador, nem compradas pelo supermercado, nem observadas pela televisão", disse Galeano, acompanhado por um piano, em um estúdio de TV espanhol.
O escritor, cuja educação formal não passou do primeiro ano do ensino secundário, afirmava ter aprendido a arte de narrar nos antigos cafés de Montevidéu, dos quais era um cliente habitual.
Galeano iniciou a carreira no jornalismo aos 14 anos, quando publicou a primeira caricatura na revista El Sol, do Partido Socialista, com o nome "Gius", onomatopeia irônica de seu sobrenome, que tem origem galês.
Entre 1961 e 1964 foi editor da prestigiosa revista Marcha, que era dirigida por Carlos Quijano e era um reduto dos intelectuais latino-americanos, na qual também escreveu Mario Benedetti. Depois foi diretor do jornal independente de esquerda Epoca (1964-1966).
Com a ditadura no poder em 1973 no Uruguai, um regime que teria duração de 12 anos, Galeano, vinculado a correntes marxistas, buscou exílio na Argentina, onde fundou e dirigiu a revista literária Crisis. Os atuais "revoltados" da direita, no Brasil nem pensem em serem fãs de Galeano ao mesmo tempo em que reivindicam  volta de ditaduras; seriam casos para internações em manicômios.
Dois anos depois se mudou para a Espanha e morou em Calella (ao norte de Barcelona), de onde escreveu para publicações e colaborou com meios de comunicação da Alemanha e do México.
Com o fim da ditadura de direita e a restauração da democracia, em 1985, Galeano retornou ao Uruguai, onde morou desde então e manteve uma produção prolífica. Recebeu o prêmio Casa das Américas em duas ocasiões (1975 e 1978) e sua trilogia "Memória do Fogo" recebeu em 1989 o American Book Award, concedido pela Universidade de Washington. 
Galeano era casado com Helena Villagra e deixa três filhos de relacionamentos anteriores. Sabidamente, ele cumpriu o seu papel de pensador e escritor, implicado com os dilemas de nosso continente tão vitimado pelo modo de produção em vigência e suas muitas mazelas. Foi, antes de tudo, um escritor comprometido com os marginalizados e viveu  e escreveu a serviço de toda a América Latina. A sensação de que o mundo ficou mais pobre sem ele também é inevitável. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

NORMAS DA ABNT PARA TCC 2015: Conheça as principais regras

Confira as principais regras da ABNT para TCC e aprenda a estruturar o seu trabalho de acordo com as normas técnicas

As regras da ABNT 2015 são fundamentais para fazer a formatação dos trabalhos acadêmicos, principalmente o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). As normas são usadas internacionalmente, mas reguladas no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Quando o conhecimento científico está dentro das normas técnicas, ele indica confiabilidade e segurança. As normas também ajudam a organizar as informações e estruturá-las dentro de um trabalho.
Qual a importância da ABNT nos trabalhos  acadêmicos?As regras da ABNT são fundamentais para deixar  trabalho mais organizado. (Foto: Divulgação)
As regras da ABNT são fundamentais para deixar trabalho mais organizado. (Foto: Divulgação)
As normas da ABNT são importantes nos trabalhos de pesquisa porque criam uma uniformidade, ou seja, um padrão que é facilmente compreendido por pesquisadores de todo o mundo.
A cada ano, a ABNT costuma revisar as suas regras e atualizá-las. As mudanças efetuadas são poucas, mas é muito importante que o estudante procure conhecê-las a fundo para adaptar a formatação dos seus trabalhos.

Regras da ABNT para TCC

Deixar o TCC ou monografia dentro das normas da ABNT  não é tarefa fácil. Além de conhecer as regras gerais, o estudante também precisa se informar sobre as exigências da sua universidade.

Estrutura do trabalho

Capa: deve conter o nome da instituição, curso, autor, título do trabalho, cidade e ano.
Folha de rosto: apresenta nome do autor, título, cidade e ano e uma breve nota descritiva, que deve conter o objetivo do trabalho e o nome do orientador.
Dedicatória/agradecimentos: espaço no qual o autor presta homenagens e faz agradecimentos.
Resumo: é um texto, de 150 a 500 caracteres, que sintetiza em um único parágrafo as ideias do trabalho.
Sumário: serve para apresentar as enumerações das páginas e as respectivas seções do trabalho. O alinhamento é à esquerda, sem recuo.
Introdução: deve conter os temas que serão tratados no trabalho, além da justificativa e do objetivo do TCC.
Desenvolvimento: a principal parte do trabalho, que deve conter a exposição do assunto tratado de forma detalhada e completa.
Conclusão: é a finalização do trabalho, onde o autor recapitula o assunto e fala um pouco sobre os resultados.
Além da estrutura, é importante se preocupar com a formatação. (Foto: Divulgação)
Além da estrutura, é importante se preocupar com a formatação. (Foto: Divulgação)

Regras de formatação

Não sabe como formatar o trabalho de conclusão de curso? Então acompanhe a seguir as principais regras de formatação do TCC:
Numeração da página: a contagem começa na folha de rosto, mas só aparece a partir da introdução. Os algoritmos devem aparecer sempre no canto superior direito, a 2 cm da borda.
Margens: a superior e a esquerda devem ter 3cm de distância da borda. Já a inferior e a direita devem apresentar margem de 2cm.
Títulos: é importante que sejam escritos no tamanho 12, usando Arial ou Times New Roman.
Texto: o texto do TCC deve ser escrito com fonte Arial ou Times, com as letras no tamanho 12 e espaçamento de 1,5 entre as linhas.
Notas de rodapé: letras com tamanho 10 e espaçamento simples.
Citações
Direta: traz o sobrenome do autor em caixa alta, o ano de publicação e a página da citação.  Esta informação deve estar entre parênteses e separada por vírgulas. Se a citação tem menos de três linhas, então ela é feita no corpo do texto, contando com aspas duplas. Quando a citação tem mais de três linhas, ela deve ter um recuo de 4 cm com relação ao restante do texto, sem destaque de aspas.
Indireta: é uma citação feita dentro do próprio texto, só que deve conter sobrenome do autor e ano de publicação entre parênteses.
Referências:
Livro: sobrenome do autor em caixa alta, nome do autor, título em negrito, edição, cidade, editora e ano de publicação.
Exemplo: PELCZAR JUNIOR, J. M. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Makron Books,. 1996.
Site: sobrenome do autor, nome do autor, título do texto, ano, link e data de acesso.
Exemplo: MORETTI, Isabella. “Regras da ABNT para TCC: conheça as principais normas”. 2014. Disponível em: <http://viacarreira.com/regras-da-abnt-para-tcc-conheca-principais-normas>. Acesso em: 02/02/2015.
Você ainda tem muitas dúvidas sobre as regras da ABNT 2015 para TCC? Então assista aos vídeos:
Coloque em prática as Regras da ABNT para TCC e garanta o sucesso do seu trabalho de conclusão de curso.
Texto de Isabella Moretti, disponível em: http://viacarreira.com/regras-da-abnt-para-tcc-conheca-principais-normas/. Acesso em 06/04/2015.

SOCIÓLOGO PORTUGUÊS DENUNCIA FINANCIAMENTO DE CRISE NO BRASIL

Segundo Boaventura, Brasil é alvo de tentativa de desestabilização pelas elites econômicas

"No caso do Brasil, há uma transgressão sem história... Há um grupo político que não pertence às elites tradicionais brasileiras, que chegou ao poder, e que está no poder desde 2003. E, portanto, as elites, no momento em que pensaram que não precisam destes que vieram, e que vieram perturbar realmente a calma da dominação no Brasil, obviamente que intervém. E a sua arrogância está relacionada com isso" - declarou Boaventura.

Boaventura de Sousa Santos chamou a atenção para a necessidade de vigilância às mudanças no contexto político em que se realiza o Fórum. Para ele, as primeira edições ocorreram numa situação de ofensiva dos movimentos sociais contra o neoliberalismo em toda a América Latina, agora, vivemos numa defensiva estratégica.
Ele disse ter tido acesso à documentos de fontes seguras mostrando que os três países a serem desestabilizados no próximo período são a Venezuela, a Argentina e o Brasil. Segundo Boaventura, a tática não consiste em dar golpes, mas financiar entidades da sociedade civil para criarem uma situação de crise e desestabilizar a democracia. 
Urge que estejamos atentos ao modo como entidades dantes inexpressivas ou inexistentes, rapidamente se empoderaram com um apoio midiático sem precedentes, para tentar desestabilizar a democracia no Brasil. Especialmente depois de uma ofensiva eleitoral para derrotar o partido que promoveu mudanças sociais significativas nos últimos anos que não foi exitosa nas urnas, agora querem inviabilizar o governo eleito e difundir o caos e a sensação de crise em todos os setores. Esse movimento financiado pelas elites é denunciado, mais uma vez, pelas pessoas que pensam a política, a economia e a vida social no mundo e vêem no Brasil - à luz das políticas sociais recentes -  uma das últimas esperanças de transformações para o mundo devastado pelo capitalismo e suas desigualdades. Confira no vídeo.
Fonte: http://pensadoranonimo.com.br/brasil-e-alvo-de-desestabilizacao-diz-boaventura/