ENQUANTO A PETROBRAS e seu ex-presidente tentam explicar ao país a inexplicável "doação" de milhões de reais a proprietários espertos de uma refinaria desativada nos Estados Unidos, aqui no Brasil a empresa desrespeita e mostra descaso para com os direitos mais elementares de famílias pobres e com seu próprio patrimônio histórico em Lobato, bairro da periferia de Salvador.
Embora prometam providências desde janeiro deste ano, a PETROBRAS, A ANP e o Ministério das Minas e Energia continuam desrespeitando e expondo uma família de baixa renda e os demais moradores ao perigo de obras em um poço de petróleo histórico no bairro do Lobato, na região conhecida como Subúrbio Ferroviário.
Em 15/01/2013, trabalhadores contratados pela família de Tereza Barbosa Silva faziam escavações no terreno para a ampliação da casa e construção de um cômodo para sua mãe Bendita Barbosa, de 83 anos, quando foram surpreendidos por um tubo metálico do qual exalava um forte cheiro e vazava óleo. A surpresa e o medo tomaram conta de todos e até a imprensa esteve no local para dar repercussão ao fato.
A Petrobras foi imediatamente comunicada, mas até esta data vem explorando o poço com retiradas de caminhões de óleo bruto, fazendo obras e testes com equipamentos pesados no quintal da moradora, sem nenhum cuidado com sua saúde e com a segurança da família e de outros moradores do bairro.
O descaso e o desrespeito se revelam ainda maiores por se tratar de um poço histórico e de até a presidente Dilma já ter sido informada do ocorrido. FOI ALI, NAQUELE LOCAL QUE SE DESCOBRIU PETRÓLEO PELA PRIMEIRA VEZ EM TODO O BRASIL e sua descoberta fez surgir a poderosa empresa de petróleo que até pouco tempo nos orgulhava tanto. O desrespeito, portanto, não é só com a família prejudicada e com os moradores do Lobato. É um desrespeito com a história do Brasil, com a sua cidadania no local e com a própria história dessa instituição que hoje é uma das maiores empresas petrolíferas do mundo! ISSO QUE ESTÁ ACONTECENDO É UMA VERGONHA COMPLETA PARA A PETROBRAS, O BRASIL E O SEU POVO E EXIGIMOS PROVIDÊNCIAS IMEDIATAS DE INDENIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS!
Veja as fotos das obras que estão sendo feitas no quintal de Tereza Barbosa Silva, cujo marido José Clóvis Silva, é paciente renal crônico, a mãe tem 83 anos e mora no local e a irmã mais velha está doente e tentando se recuperar no local. Além disso, Tereza e José Clóvis tem uma filha e seu esposo que vivem com um neto de 6 anos no primeiro andar da mesma casa. Estivemos no local neste domingo (11/08/2013) e a família havia saído para passar o dia dos pais fora, pois a insalubridade e o mau cheiro estavam provocando náuseas e mal-estar em todos.
A situação já afeta toda a rua e prejudica imóveis de vários outros moradores vizinhos sem que a Petrobras, A ANP ou o Ministério das Minas e Energia ao menos indenizem a família para que ela possa sair do local.
Confira, abaixo, a íntegra da carta enviada ao governo, onde a senhora Tereza Barbosa Silva historia e relata as tentativas já feitas para resolver o problema, mas sem sucesso devido ao descaso da Petrobras, da ANP e do próprio governo.
"Ao Ministério das
Minas e Energia
Prezados Senhores,
Eu sou Tereza Barbosa Silva, moradora do subúrbio ferroviário do Lobato – Salvador/Bahia. Em 15/01/2013, encontramos no quintal da minha casa um “poço de petróleo” e imediatamente comunicamos o achado a Petrobrás e a ANP. Dessa data até hoje temos enfrentado muitos transtornos. A Petrobras tem feito do meu quintal um canteiro de obras, com homens e mulheres trabalhando, banheiro químico, tratores, retro escavadeiras, guindastes e sondas, caçambas, caminhões tanques, container e outros equipamentos que não sabemos nem o nome conforme fotos:
Houve muito vazamento de petróleo e gazes nesses dias, mas segundo a Petrobrás os vazamentos foram contidos, porém conforme as fotos mostram, a distância do poço para a porta da minha casa é em torno de 7 metros. A Petrobras nos tirou de nossa casa nesse mês de Abril por 6 (seis) dias para abrir o poço e quando retornamos encontramos nossa casa cheia de água, óleo e lama e nossos pertences boiando no meio. Moramos no térreo eu, meu marido que sofre de insuficiência renal crônica bilateral e minha mãe de 84 anos e no 1º andar mora minha filha, o marido e o meu neto de 6 anos. A nossa casa ainda está em fase de término de construção e não tem estrutura para receber tanta trepidação de máquinas pesadas. A casa de minha filha depois de tantas trepidações, surgiram muitas rachaduras e com vazamentos que não são comuns em uma construção de apenas 2 anos. No fundo, a terra cedeu e já chegou junto aos muros das casas, pois existia uma rua e com essas obras, a rua desapareceu. Aqui em Salvador está chovendo muito, a água do poço transborda e a água está passando por debaixo da minha casa e saindo na rua principal, contaminando o meio ambiente e abalando cada vez mais a estrutura de nossa casa. Senhores, desde o dia 15/01/2013 temos escutado reclamações dos moradores todos os dias. Precisei tirar minha mãe de casa por uns dias, mas ela já voltou. Senhores, POR FAVOR, NOS AJUDEM! Eu preciso morar com minha família em paz e com segurança e essa situação está nos trazendo um desconforto inigualável nas áreas mais importantes da vida de um cidadão: SAÚDE, MORADIA, SEGURANÇA E AMBIENTAL. Já enviei dois e-mails para o Gabinete da nossa Presidenta Dilma e fui informada que ela enviou cópias para esse Ministério, ANP e Meio Ambiente, a fim de que essa situação fosse resolvida. Confiamos na sensibilidade de Vossas Senhorias, para atender nosso apelo: NOSSA SAÍDA DEFINITIVA DESSE AMBIENTE DE RISCO POIS ESTAMOS MORANDO EM CIMA DE UM POÇO DE PETRÓLEO L-10 EXISTENTE HÁ MAIS DE 74 ANOS.
Tereza Barbosa Silva"
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