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sexta-feira, 29 de julho de 2011

NÃO À HOMOFOBIA E NÃO À CENSURA DA LIBERDADE RELIGIOSA

Em tempos de acirrada discussão sobre direitos de homossexuais e liberdade de pensamento e expressão religiosa e suas relações com a homossexualidade, publico um texto de minha autoria, em versos. Ele condena práticas homofóbicas e exalta o direito ´humano à diferença, sem abrir mão do direito constitucional à liberdade religiosa e de expressão de pensamentos. Destaca a responsabilidade da família em educar seus filhos conforme seus valores e convicções, sem a ingerência do Estado, mesmo que isso fira a interesses de grupos de qualquer orientação sexual. Creio que é assim que funciona na democracia: Todos têm direitos iguais e ninguém pune ou castra a outrem apenas porque vive, pensa ou crê diferente dele(a). Ninguém tem direito à exclusão, morte ou prisão do outro, mesmo que seja por lei, só porque não concorda com o modo de viver daquele, mormente quando este já vive sob leis que protegem a todos, sem castas intocáveis ou excluídos! 
E você? Fique a vontade para comentar... exerça seu direito!

EU DIGO NÃO À HOMOFOBIA
Irenilson Barbosa

Eu digo não à homofobia, pois ela é medo do ser;
Segrega modos de um viver, de gente que me é igual.
Me sinto em paz para tal, mas dou-me o direito de crer
Que a vida se faz no viver e que o aprender que é normal.

Digo não à homofobia, nas faces de suas violências;
No seu negar de clemência ao diferente de mim.
Por isso me ponho assim, na defesa de outras defensas.
Pois não me é natural ou doença, hereditário ou afim.

Digo não à homofobia, mas me reservo o direito
De a tudo aceitar como aceito, embora discorde da prática.
A minha fala é enfática, embora me faça imperfeito,
A toda mordaça rejeito de quem tenha outra gramática.

Digo não à homofobia do mesmo modo que afirmo
Meu renegar de aforismos que controlem minha expressão.
Desprezo a estereotipação e o rotular do que firmo,
Pois meu livre pensar eu confirmo no direito à contradição.

Digo não à homofobia, e acolho a diversidade,
Que não acolhe, é verdade, apenas a quem é gay.
E pelo pouco que eu sei, ainda é bom e livre o pensar,
Por isso não cedo o lugar conquistado na Magna Lei.

Digo não à homofobia e ao reacionarismo também,
Não importa de onde ele vem ou com que nome desponta.
Mas ponho na minha conta o crer no que me convém
E não aceito o desdém de quem comigo não conta.

Digo não à homofobia, mas não rezo em qualquer cartilha;
Pois quem tem filhos e filhas que os eduque com liberdade.
No mundo da diversidade, ser homem não é ser uma ilha,
Mas cada um faça sua trilha e respeite as outras verdades.

Eu digo não às homofobias e às heterofobias também;
Pois não compete a ninguém intervir na minha sexualidade.
Tampouco tenho a faculdade de dizer ‘seja assim’ a alguém,
Por isso também me convém exaltar sempre a liberdade.

Digo não à homofobia, e aos extremos em prol ou contrários.
Pois penso que o ser solidário confere equilíbrio à causa.
Não sou paladino das náuseas de contras ou incendiários.
O meu livre pensar é diário, porém me concedo uma pausa.

Mas não dou-me aos cuidados dos doutos, nem experts no assunto,
Mesmo porque eu não junto meia-dúzia de doutos iguais.
E como ocorre aos tais cada um ter seu crer adjunto,
Eu me reservo, em conjunto, ao direito de crer com meus pais.

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